sexta-feira, 12 de março de 2010

Agentes penitenciários encontram mandamentos do PCC em Alcaçuz



Revista em penitenciária resultou ainda na apreensão de drogas, armas artesanais, aparelhos celulares e chips.

A organização criminosa paulistana PCC – Primeiro Comando da Capital – vem conquistando adeptos e “fazendo escola” na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal. Foi o que ficou constatado, nesta quinta-feira (11), após intervenção de agentes penitenciários no presídio.

Foram encontrados com os detentos alguns cadernos com anotações contendo mandamentos do estatuto do PCC, ou seja, uma lista de princípios a serem seguidos pelos membros da organização. Além disso, os agentes encontraram pichações contendo símbolos que fazem alusão à organização criminosa.

Um exemplo disso é símbolo 15.3.3, em que a letra “P” é a 15ª do alfabeto português e a letra “C” a terceira, formando o nome da organização que foi criada com o objetivo de “defender os direitos" dos encarcerados em todo país.

A revista foi realizada no pavilhão 1 da penitenciária, que possui quatro alas. Além do material da “escolinha do PCC”, os agentes apreenderam durante a “varredura” aproximadamente 15 aparelhos celulares, pequenas quantidades de maconha e crack, vários estiletes, armas artesanais e cerca de 20 chips.

A ação foi desenvolvida por cerca de 300 alunos do curso de formação de agentes penitenciários do Rio Grande do Norte e contou com a participação de 28 agentes penitenciários federais de Catanduvas (Paraná), Campo Grande (Mato Grosso do Sul) e Mossoró (RN); três agentes instrutores do Grupo Penitenciário de Operações do Distrito Federal (Gepoe) e o grupo de intervenção penitenciária do RN.

“Essa ação foi importante porque foi o primeiro contato dos futuros agentes penitenciários com a realidade prisional”, avaliou o secretário estadual da Justiça e Cidadania (Sejuc), Leonardo Arruda.

O secretário disse que os professores estão fazendo um relatório da ação e elaborando os procedimentos de apreensão do material encontrado. Arruda acrescentou que os detentos receberão punições disciplinares. “Eles [os envolvidos] serão prejudicados, por exemplo, na progressão das penas, pois não tiveram um bom comportamento”, assegurou.

Os aparelhos celulares apreendidos serão analisados, diz o secretário, com o intuito de identificar as origens das ligações recebidas e os destinos das realizadas pelos presos de Alcaçuz.

PCC
A organização criminosa PCC surgiu no início da década de 1990 no Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté (SP), local que acolhia prisioneiros transferidos por serem considerados de alta periculosidade pelas autoridades.

O PCC, que também foi chamado no início de Partido do Crime, afirmava que pretendia "combater a opressão dentro do sistema prisional paulista" e "vingar a morte dos cento e onze presos", em 2 de outubro de 1992, no "massacre do Carandiru".

A organização criminosa passou a coordenar, por telefone celular, rebeliões simultâneas em presídios paulistas e, depois, a coordenar atentados violentos contra prédios públicos.

Atualmente, o PCC conta com vários integrantes, que financiam ações ilegais em São Paulo e em outros estados do país.

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