terça-feira, 3 de novembro de 2009

Pediatras fazem protesto hoje e atendem só particulares

Cerca de 120 pediatras credenciados junto a planos de saúde em Natal fazem hoje um paralisação de advertência. Excepcionalmente, nenhum deles irá realizar atendimentos por meio do plano de saúde e as consultas particulares terão o valor de R$ 80. Os profissionais emitirão recibos para que os interessados possam buscar o ressarcimento aos planos pelo pagamento da consulta. E a partir de amanhã, os pediatras passarão a cobrar pelos "retornos" que não sejam solicitados pelo próprio médico.

De acordo com a a presidente da Sociedade de Pediatria do RN (Sopern), Rosane Gomes, a paralisação faz parte de um movimento nacional. A categoria reivindica o aumento do valor da consulta, atualmente pago com variações entre R$ 25 a R$ 42, para o valor de R$ 80, de acordo com o Índice Nacional de Proteção ao Consumidor (INPC). "Mas estamos abertos a negociações".

Segundo Rosane, "o objetivo é valorizar a consulta do pediatra e acabar com aquilo que os planos chamam de retorno". Atualmente, o pediatra recebe por apenas uma consulta e os pacientes atendidos têm direito ao retorno gratuito até o prazo de 30 dias do primeiro atendimento. "Consideramos o retorno quando o paciente volta ao consultório para apresentar os exames requisitados pelos médicos". Ela explica que pelo atual sistema o pediatra fica obrigado a consultar de forma gratuita situações geradas por motivos diferentes. "O pediatra realiza consultas mesmo em crianças sadias, que é o acompanhamento do seu crescimento. Mas se essa criança adoece e volta ao consultório - o motivo é diferente - isso é considerado pelo plano um retorno, quando na verdade é uma nova consulta".

Sobre a ilegalidade da cobrança do "retorno", apontada pelo Procon Estadual, Rosane Gomes diz que isso se deve à má interpretação do que deveria ser realmente esse procedimento. "O pediatra é um profissional liberal atuando em seu consultório. Presta serviços para o plano de saúde e é ele quem determina como irá prestar esse serviço. Se o plano não aceitar as condições, ele pode pedir o descredenciamento".

Rosane Gomes afirma que o baixo valor da consulta e os "retornos" são o motivo para que muitos pediatras tenham se descredenciado dos planos de saúde. "As crianças vão mais ao médico que adultos e as consultas são mais demoradas. Não estamos visando o lucro, inclusive estamos ligando para os pais e avisando da paralisação para que eles possam remarcar as consultas para outro dia. Se os consultórios estiverem vazios não iremos considerar isso um insucesso".

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