sábado, 21 de fevereiro de 2009

"Tem muita gente que fica querendo me jogar contra a governadora, mas isso não vai ocorrer"



O vice-governador do Rio Grande do Norte e secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Iberê Ferreira de Souza (PSB), á respeito de críticas ao desempenho do governo da professora Wilma de Faria (PSB), de que o mesmo governo havia melhorado quando ele (Iberê) havia substituído a chefe do executivo estadual durante suas férias, refutou a consideração, dizendo ser fiel ao seu cargo e ao compromisso firmado com a governadora. "Tem muita gente que fica querendo me jogar contra a governadora e isso não vai ocorrer", indignou-se. A resposta foi dada durante entrevista à rádio FM94, da capital.


O experiente político afirmou ter pleno domínio do cargo que ocupa enfatiza conhecer bem as suas atribuições, tanto como vice-governador, quanto como secretário de Estado. "Eu tenho consciência perfeita do que é ser vice-governador e por isso jamais tive nenhum problema com a governadora Wilma de Faria", enfatizou.


"Quando a governadora estava de férias nos Estados Unidos e eu precisei decretar o 'Estado Iminente de Calamidade Pública da Saúde', tive o cuidado de ligar para a governadora Wilma de Faria para consultá-la e explicar detalhadamente as razões da decretação e ela, após ouvir minhas argumentações, concordou plenamente", exemplificou. "Tenho os meus cuidados, porque isso faz parte da ética", completou.


"Falta divulgação"


Iberê Ferreira ressaltou que o Estado do Rio Grande do Norte vive um momento com muitas obras e outras que estão por se iniciar. E, sobre o assunto o vice-governador lamentou com muitas obras não chegam ao conhecimento da população por falta de divulgação. "Sinto que está faltando mais divulgação para essas obras estruturantes que estão sendo feitas e outras para iniciar", disse. "Não me refiro à propaganda oficial, e sim divulgação normal na mídia", completou.


"O RN é muito politizado. Quando termina uma eleição já se começa a pensar em outra"


O vice-governador Iberê Ferreira também analisou a possibilidade de vir a ser candidato ao governo. Ele sentará na cadeira de Wilma de Faria em abril de 2010 e tem chance de ser candidato 'com a caneta cheia' na condição de governador, nesse caso, candidato a sua própria sucessão, caso o instituto da reeleição prevaleça no Brasil. Iberê não descarta essa possibilidade, mas vislumbra que ainda é cedo, considerando que o objetivo do governo era o de trabalhar administrativamente em 2009. "Estamos tentando fazer de 2009 um ano mais administrativo para que possamos dar foco às obras estruturantes que começam a se projetar, após serem negociadas, para depois pensar nas eleições de 2010", disse, em consonância a declarações anteriores da governadora Wilma de Faria, nessa mesma direção.


Para o vice-governador as conversas para as eleições de 2010 começaram cedo demais. "As coisas foram precipitadas. O Rio Grande do Norte é muito politizado e quando termina uma eleição já se começa a pensar em outra", analisou.


Candidato natural


A marca do político Iberê Ferreira sempre foi o da sinceridade em torno dos seus próprios projetos. O secretário de Recursos hídricos não esconde e tampouco trilha caminhos tortuosos para dizer realmente o que pretende fazer politicamente. "Eu tenho dito que considero minha candidatura natural, dentro da minha coligação. Nada contra as outras candidaturas. Digo que é natural porque sou o vice-governador", simplificou. "Wilma vai se candidatar ao Senado e se o instituto da reeleição for mantido, serei candidato. Mas é tudo muito cedo, porque a candidatura majoritária depende do que você agrega", aquiesceu.


"Acho que tenho o direito de me candidatar e quero fazer uma campanha diferente"


O pré-candidato ao governo Iberê Ferreira revelou que está se preparando para enfrentar as urnas em direção ao governo do Estado em 2010, mas ressalta que faz política seguindo regras éticas que se impôs sempre durante sua vida partidária. "Não faço política atacando os outros. Vou fazer uma campanha com propostas para o Rio Grande do Norte", prometeu. "Para tanto, já estou com um grupo trabalhando em torno de boas idéias para apresentar ao eleitorado no, momento certo", acrescentou.


Ele nega que tenha havido qualquer imbróglio com os também pré-candidatos, deputado federal João Maia (PR) e o deputado estadual Robinson Faria (PMN). "Pelo contrário, somos bons amigos e tenho conversado com eles e outros pré-candidatos", reparou.


Iberê disse que apesar de manter um excelente trânsito com João Maia e Robinson Faria, jamais havia feito nenhum pacto com relação ao pleito de 2010. "Mantenho, como já disse, um bom relacionamento com os dois, mas nunca falei em pacto; tenho conversado com ambos, analisando a situação porque em política somente existe um sinal: o da soma", ensinou.


"Não devemos nos dividir"


"Por essa razão conversei com eles", ressaltou Iberê. "Sim, porque é fundamental mantermos a estrutura da coligação. Não devemos nos dividir. Temos é que agregar cada vez mais", julgou. "Quando estiver mais próximo do tempo certo de campanha, um apóia o outro, se o que sair esteja realmente pronto e com capacidade para liderar e agregar o grupo. Qualquer um que queira ser candidato pode se colocar. Conversei isso com João Maia e Robinson Faria", relembrou.


Sobre as questões de vinculação de votos e da verticalização, além da propriedade parlamentar em nome do partido, o vice-governador fez uma análise prática, baseada em fato recente: "Posso atrair gente da oposição. Agora mesmo, no Senado, o PSDB fez um acordo com o PT de Tião Viana. Ora, se eles fazem isso, por que não aqui no Rio Grande do Norte?" Perguntou. "Nós somente não pudemos desvirtuar os programas do partido", arrematou, concluindo.


Leonardo Sodré

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